Por um lema melhor
Mais de cinco pessoas não chegam a lugar algum. Pior ainda se não tiverem pauta específica. Mas os preguiçosos preferem achar que os fóruns mundiais representam alguma coisa.
Em Porto Alegre, a alegria: festa coloridíssima bancada por estatais. Uma beleza: palavras de ordem, caras indignadas e, claro, intervenções artísticas. O que seria do Fórum Social sem a parte social? O encontro lembra um evento esportivo, mas é todo mundo do mesmo time. Assim pelo menos não se corre o risco da derrota no debate, a começar pelo lema singelo: “Um outro mundo é possível”. Claro que é, mas ele está na Suíça.
Nem de frase os caras são bons. O Medina fez antes — “Por um mundo melhor” — e faturou em cima com seu Rock'n Rio. O pessoal da esquerda poderia aproveitar a inspiração e o filme do Waltinho para bancar o evento com a venda de camisas do Che. Seria bom abrir mão da mesada da viúva, mas também seria arriscado. Imaginem a cena: o tesoureiro barbudinho implodindo ao conseguir pagar as contas do Fórum com receita própria.
Em Davos, tudo poderia ser diferente. Poderia apenas: Bono Vox foi convidado. Como se isso não fosse suficiente, a inspiração para o lema do evento parece ter vindo de um desses programas vespertinos da TV aberta: “Assumindo responsabilidades para escolhas difíceis.” Quem teve essa idéia? Algum grupo radical de esquerda poderia assumir a autoria da frase. Terá sido o ataque mais bem-sucedido à reunião nos trinta e poucos anos de sua existência.
Em Porto Alegre, a alegria: festa coloridíssima bancada por estatais. Uma beleza: palavras de ordem, caras indignadas e, claro, intervenções artísticas. O que seria do Fórum Social sem a parte social? O encontro lembra um evento esportivo, mas é todo mundo do mesmo time. Assim pelo menos não se corre o risco da derrota no debate, a começar pelo lema singelo: “Um outro mundo é possível”. Claro que é, mas ele está na Suíça.
Nem de frase os caras são bons. O Medina fez antes — “Por um mundo melhor” — e faturou em cima com seu Rock'n Rio. O pessoal da esquerda poderia aproveitar a inspiração e o filme do Waltinho para bancar o evento com a venda de camisas do Che. Seria bom abrir mão da mesada da viúva, mas também seria arriscado. Imaginem a cena: o tesoureiro barbudinho implodindo ao conseguir pagar as contas do Fórum com receita própria.
Em Davos, tudo poderia ser diferente. Poderia apenas: Bono Vox foi convidado. Como se isso não fosse suficiente, a inspiração para o lema do evento parece ter vindo de um desses programas vespertinos da TV aberta: “Assumindo responsabilidades para escolhas difíceis.” Quem teve essa idéia? Algum grupo radical de esquerda poderia assumir a autoria da frase. Terá sido o ataque mais bem-sucedido à reunião nos trinta e poucos anos de sua existência.
3 Comments:
Bruno,
Você se lembra de uma aula em que falávamos do simbolismo e eu comentei que discrimino absurdamente os eventos que o privilegiam? Então, você acaba de citar alguns. O Fórum Social Mundial me parece mais motivo para bagunça juvenil e para manchetes inflamadas do que realmente um grupo que busca soluções para os problemas existentes. Como uma festa de república gigante, acaba por se tornar notória. E, ahn, isso não significa que eu jamais queira estar em um. Não sei se por sadismo, gosto de presenciar essas tentativas que não funcionam - mas que todos insistem em declarar imprescindíveis. E ainda tem o álcool...
E quem cria esses lemas, desconfio, é a mesma pessoa que faz as chamadas dos filmes da Rede Globo. Não se espante se o lema do próximo Fórum for algo como "uma reunião do barulho". A criatividade deles está perto disso.
Bravo!
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