novembro 21, 2004

Quanto vale sua sensibilidade?

A preguiça e a tentação impedem muita gente de ter religião ou ideologia. Coerância e abnegação não combinam com a oferta de coisas boníssimas mundo afora, do kassler ao rock'n'roll, passando pelas cachoeiras de redutos hippies.

Quanto às ideologias, mesmo as mais inteligentes — que regem a realidade, e não a hipótese mental de uma ou duas figuras cheias de imaginação—, mesmo nesse caso, o saldo é sempre negativo. Pode-se perder Truffaut e Hitchcock de uma só tacada, tanto quanto cachaça e whisky, sem se receber nada de valioso em troca. Quando muito, ganham-se duas ou trâs discussões de bar. É preciso ser muito insensível para fazer a troca. Nenhuma realidade vale tanto assim.

No caso da religião, pelo menos, ganha-se em firmeza o que se perde de mundano. Isso para não falar dos rituais — o que há de melhor nas tradições religiosas e que se tenta apagar a pretexto de atualização (tem estupidez para tudo). Esclareça-se que qualquer troca passa a valer quando se trata da Verdade. Mas essa é uma situação tão bela quanto rara, e nem de longe passível de julgamento.

1 Comments:

Blogger Madame P. Mandrack said...

Concordo. Demorou, hein? Mas que bom que voltou a "postar".
Tenho uma amiga que só por você ter citado Truffaut te daria um beijo. Até o descanso de tela dela o mostra andando na rua.
Abraço e beijo

8:28 PM  

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