outubro 29, 2004

Fora do ar

Como alguns de vocês puderam perceber, o servidor aprontou com este blog. Não bastasse ter ficado fora do ar por dois dias, a página perdeu comentários, links e medidores de acesso. Tudo bem, quem mandou querer serviço gratuito, hein!

Já planejávamos a migração para outro esquema; será preciso antecipá-la. Assim que o fizermos, deixaremos todo tipo de aviso por aqui. Que a força esteja conosco!

outubro 27, 2004

Animais!

Durante muito tempo, eu quis gostar de touradas. Mas, invertendo a lógica da pena — que recomenda defender os mais fracos —, sempre fiquei do lado dos bichos, gostando pouquíssimo de vê-los à morte. Apesar disso, defendo a tourada até o fim dos tempos. Só não quero vê-las, e o motivo é personalssimo.

Não me parece razáovel, portanto, querer estender aos outros um defeito de sensibilidade individual. Se tenho pena de touros ou galos, o problema é meu. É muito fácil de resolver: basta que eu não assista aos embates.

Boa estratégia para os defensores dos animais submetidos a barbaridades desumanas — suprema ironia — transformar essas práticas em crimes ambientais. Convém incomodar: não seria crime ambiental de verdade impedir galos-de-briga de brigar?

Poeira, poeira...

Parece que o Ancelmo Gois anda lendo o Farsantes:

A turma da coluna até perdoa o egocentrismo de Duda Mendonça, que, ao ser flagrado numa rinha pela Polícia Federal, disse que “o Brasil inteiro já sabia” que ele gosta de briga de galo. Tudo bem, mas esta pochete aí é brega demais. Com todo o respeito.
(O Globo, 27/10/04, p.19, indisponível na versão online)

outubro 26, 2004

Um autor promissor

Nelson Bartholo de Souza ainda não decidiu qual será seu nome artístico e esta parece ser sua grande tormenta atual. Quase autor de dois contos curiosos sobre “os significados de momentos banais”, o autor espera publicar um livro em breve. Pensou em escrever um romance, mas achou que “o pessoal prefere textos curtos.” Resolveu preparar alguns contos, mas o trabalho no escritório tem adiado o sonho da publicação. Em meio a divagações sobre o fazer literário e planilhas de Excell, Nelson nos concedeu esta entrevista.

Por que essa dúvida quanto ao nome artístico?
Olha, nem sei bem. Outro dia fiquei pensando sobre a capa do meu livro e vi que “Nelson Bartholo de Souza” ficaria grande demais. Resolvi cortar um sobrenome, mas o pessoal lá de casa vai reclamar. Minha mãe diz que eu preciso me orgulhar do nome completo. Mas eu não sei. Vai ficar estranho na capa.

Então o livro já está a caminho?
Na verdade, mais ou menos. Eu tinha decidido fazer um romance, assim estilo Machado de Assis. Uma trama simples, mas bem contada e com grande significado filosófico. Eu me identifico muito com a filosofia do Brás Cubas. Ou é do Quincas Borba (pausa pensativa). Bem, você sabe, aquela coisa do Machado. O problema é que a história era tão profunda, que eu ainda não consegui resolver. Além disso, achei que seria melhor escrever uns contos. O pessoal prefere textos curtos. Eu, pelo menos, prefiro. É mais direto, além de ser mais fácil de escrever.

Mas você já escreveu pelo menos um conto?
Pois é, no outro dia tive uma idéia legal. Não sei como me veio à cabeça, mas era uma história interessante. Um autor dialogando com um de seus personagens. Uma coisa assim meio metalinguagem, sabe? Aí eu comecei a escrever, mas acabei não continuando. Meu chefe chegou e eu precisei voltar pras minhas planilhas. Mas logo, logo escrevo essa história. Tomara que meus leitores tenham paciência.

Nenhum outro texto?
Não. Bem, na verdade eu pensei em escrever qualquer coisa sobre esses acontecimentos corriqueiros da vida da gente que acabam sendo marcantes. Gosto muito de textos sobre os significados de momentos banais. Não sei qual seria a história, mas quero incluir uma cena bonita, que aconteceu comigo num dia de chuva tempos atrás. Mas não quero adiantar a surpresa.

Afinal de contas, você é um escritor ou esse blog é só passatempo?
Aí você me pegou...

outubro 25, 2004

Aos fatos

A Dorrit Harazim não decepciona. Na ótima matéria do jornal O Globo de hoje, ela dá o serviço sobre a guerra cerrada dos candidatos americanos e, de quebra, frustra minha pretensa originalidade na proposta da ONG Auditoria Brasil: fico sabendo que, pelo menos lá, o Fact Check já está fazendo o que interessa. Ainda há espaço para um similar nacional.

outubro 23, 2004

Se fosse apenas regência, tudo bem

Andar lendo blogs por aí permite chegar a uma conclusão pessimamente fundamentada: Raul Seixas não deveria ter morrido. Estivesse vivo e não seria um mito. Acho até que dois shows por mês no Circo Voador fariam dele um Paulinho Moska barbudo. Mas infelizmente o cara morreu e deixou uma herança pesadíssima: “eu prefiro ser uma metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.” Noves fora a regência (faz certo quem pode), implico com o verbo “preferir”. Concordo que sejamos metamorfoses ambulantes — educação libertária é isso aí, meu velho —, mas ter orgulho disso é estupidez. De minha parte, prefiro ter aquela velha opinião formada sobre tudo.

outubro 21, 2004

Extra, extra!

Fidel finalmente caiu!

outubro 20, 2004

O furo da Folha

A Transparência Brasil, vinculada à ONG Transparency International, acaba de divulgar o novo Índice de Percepções de Corrupção. Trata-se de um cruzamento de dados de diferentes levantamentos feitos junto a gente especializada, que opina acerca do grau de corrupção nas relações entre as instituições públicas e os outros atores (palavrinha da moda fica em itálico, ok?) internos e externos. Trata-se apenas de um certo conjunto — representativo? isento? bem informado? — de pontos de vista. Um analista cuidadoso há que se indagar, por exemplo, se a piora da média de um certo país ocorre em virtude do aumento real da corrupção ou se é apenas reflexo da democratização do acesso às informações (o mesmo itálico vale para certas expressões). Afinal, seria um delicioso paradoxo podermos medir o grau de corrupção de um país. Paradoxo e ironia, no caso do Brasil, possivelmente o país mais transparente do mundo em sua corrupção. Apesar de tudo isso, o jornalismo tem pressa em apresentar uma tese.

outubro 19, 2004

Herança maldita

Fernando Sabino, o homem, que Deus o tenha; o escritor, Deus nos livre! Dele e de Rubem Braga. É claro que podemos reconhecer o valor de ambos e de tutti quanti: escrita saborosa, fluente, clara, etc etc. Mas o problema é exatamente este: os dois escreveram com uma naturalidade tão grande, que os leitores acabam achando que podem virar escritores também. Ou você não tem uma tia assim por perto:

Hummmm, que delícia de leitura. Parece até uma conversa. Igualzinha a essa aqui entre a gente. É, que interessante. Dá até pra imaginar que a gente tá escrevendo, hein. É mesmo. Pensando bem, boa idéia. Acho que eu tenho aqui umas boas histórias pra contar. Coisas que vi e que vivi em outros tempos. Ah, ninguém me segura!

(Triste é saber que isso não vale só para tias.)

A mais bela pureza

Quando alguém disser “posso ser sincero”, diga que não. Ninguém quer ouvir a verdade e, se ouvir, encontrará vinte e oito maneiras de negá-la. Por isso, inventaram uma expressão amigável: crítica construtiva. Não se engane, pois se trata de contradição em termos. Criticar é sempre destruir. De mais a mais, à maldade bem intencionada, prefira a maldade pura e simples — sim, meus amigos, também há pureza na maldade alheia, a mais bela pureza.

outubro 18, 2004

Constrangimento

No Brasil, todo elitista se sente um pouco excluído.
(É como eu digo: se a universidade é para todos, melhor ficar de fora.)

Da série “motivos que nos tiram a pena da mão”: a inveja

Apesar de dizerem que ele é muito bom, ele é muito bom mesmo.

outubro 15, 2004

Auditoria Brasil, mais uma ONG sem futuro

O melhor argumento é sempre o estatístico, sobretudo quando não se tem razão. Um público matematicamente analfabeto tende a temer os números. Com isso, deixa de fazer quatro perguntas simples: qual é a fonte dos dados? Que método foi empregado? Que conclusões — no plural, sempre — se podem tirar dos números? Que conclusões os números não endossam?

Jornalistas têm sido alvo fácil. Felizmente, as principais fontes de estatísticas são órgãos públicos confiáveis (você leu certo) — tornados independentes e sérios já há algum tempo —, como o IBGE e a USP. Persistem, claro, questiúnculas metodológicas, mais reveladoras do jogo acadêmico que da realidade pesquisada ela mesma. De modo geral, há nessas instituições cientistas com vocação pública, que aprenderam a decodificar informação numérica para os profissionais de mídia.

Talvez, por essa razão, todos os jornais apresentem manchetes idênticas acerca de novas pesquisas. Melhor que isso, os institutos divulgam os resultados aos poucos, facilitando a digestãodos desdentados. Raros são os casos de análises diferenciais feitas por um ou outro jornalista menos apressado.

O problema é que os jornais e, pior, o próprio governo têm sido pautados por uma nova fonte de informações estatísticas: as organizações não-governamentais. Boas intenções e pessoas de bem não podem ser descartadas, certo? Errado. Ciência estatística não tem intenção: tem hipótese. E hipótese não demonstrada também é resultado científico. Não é isso que algumas ONGs fazem.

No site do Brasil sem Armas, descubro que “entre 65% e 70% dos crimes com armas de fogo são cometidos por pessoas sem passagem pela polícia.” O que isso quer dizer? Que a maioria dos crimes não é cometida por bandidos? Não ter passagem pela polícia, considerada a ineficácia do atual sistema de registros, deve ser lido como “ser cidadão de bem”? E, sem querer ofender, qual é a origem desse dado? Isso o site não diz. Mas não pára por aí. Logo em seguida, diz-se que “quem usa arma de fogo tem 56% a mais de chances de ser assassinado.” É para rir?

A Transparência Brasil, braço nacional da ONG dedicada à fiscalização dosprocessos de corrupção nos setores público e privado, é tida como séria. E deve ser. Mas é preciso justificar a própria existência. Isso talvez explique a análise de dados colhidos recentemente em Campinas acerca da compra de votos. A chamada do site diz que a compra de votos é o segundo problema mais mencionado (49,4%) pelos eleitores da cidade. Trata-se, de fato, de um problema real? Ou essa é apenas a opinião das pessoas? Qual o valor dessa opinião? Cerca de 17% dos entrevistados desconfiam das fraudes nas urnas eletrônicas. Essa também é uma opinião. E daí?

Dos 19% que “venderiam” seu voto, 11% só o fariam por mais de R$200. Sobram 8%. Pergunta-se: qual a renda desse grupo que, repita-se, “venderia” seu voto? Em seguida, a pesquisa pergunta a esses potenciais vendedores de votos se eles votariam nos candidatos que teriam feito a compra de seus votos. Resposta: 27% votariam, 55% não o fariam e 18% não sabem. Afinal, a compra de votos é, de fato, um problema em Capinas?

A pesquisa dessa ONG não é desonesta — é bom esclarecer. Ainda assim, o site procura dar um tom dramático aos dados, como se ali estivesse uma revelação bombástica sobre o problema que se tenta combater, mais próximo de nossa realidade do que pensamos. Não é bem assim. Mas dizer isso fica chato; torna a pesquisa meio sem sal.

Certa vez, um jornalista amigo me falou sobre o fascínio que ele tinha por essa espécie de jornalismo antropológico, em que se tenta dar sentido ao presente, ao mesmo tempo em que ele acontece. Fascínio perigosíssimo. Sem uma distância mínima, a visão é míope: vê-se muito, enxerga-se pouco. Por isso, óculos se fazem necessários. Neste caso, teorias prontas, teses prévias, preconceitos. No entanto, a realidade tem arestas de mais, e as sutilezas costumam estragar as melhores matérias. Afinal, esse compromisso com a exatidão não faz mais sentido, não há mais solidez, tudo se desmancha no ar...

Nessa perspectiva, as estatísticas fornecidas pelas ONGs são perfeitas. Caem como luvas nas teorias prontas, reiterando aquela verdade repetida à exaustão. Que tal: uma perfeita harmonia entre a objetividade das letras impressas (ou da voz sóbria) e os números de fonte independente. E tome de politicamente correto. A verdade... bem, a verdade é um detalhe: somos pós-modernos, hein!

(Por isso tudo, tive uma idéia ruim: fundar a meta-ONG Auditoria Brasil, responsável pela fiscalização dos números oferecidos pelas outras instituições. Procuraríamos todas as fontes, analisaríamos todos os métodos, identificaríamos todas as fraudes. Mas não teríamos futuro. Sem financiamento de parte alguma e com pretensão de sobra, não viraríamos sequer notícia. Deixa pra lá.)

outubro 13, 2004

Os verdadeiros personagens da Literatura (II)

A garota-ironia diz que vai para a direita, mas anda de costas na direção esquerda. Quando olham só pra ela, nunca conseguem perceber aonde ela vai. Basta um olhar mais atento em volta para ver nela um leve sorriso. Que malícia a dessa menina!

Os verdadeiros personagens da Literatura (I)

O homem-metáfora nunca vai direto ao ponto. Ele sempre dá uma volta e passa escondido atrás de alguma coisa que não está ali. Às vezes ele se esconde tão bem, que nem percebem sua chegada.

outubro 12, 2004

Hai-Kai(zinho)

Pô, Ema, que coisa vaga:
você ri, mas
não diz nada

outubro 11, 2004

Kriptonita

Morreu o Super-Homem. Na verdade, o ator, mas quem se importa? No imaginário coletivo, a morte foi do personagem. Choque menor do que acidente que o deixou tetraplégico há quase dez anos. Não para ele, eu suponho, mas para a garotada que assistiu a seus filmes, aquela foi uma notícia dura.

O primeiro filme da série foi minha primeira experiência no cinema. A censura indicava a idade mínima de cinco anos. Preocupado, sussurei à minha tia que eu ainda não tinha feito aniversário. Ela deu uma risada, disse que eu não me preocupasse, que estava tudo certo. E de uma tacada fui submetido a duas verdades terríveis: o Brasil e o cinema americano.

Sei que o filme me marcou de tal maneira, que tive muita dificuldade para ler alguma coisa de Nietzsche. Ainda no colégio, quando um professor de Filosofia (ou foi de Sociologia?) falou sobre o super-homem do filósofo alemão, eu fiquei imaginando que minhas impressões infantis faziam sentido. Desavisado do anacronismo, imaginava que ele tivera insights semelhantes aos meus. Vejam vocês: eu era um pensador e não sabia.

Nunca mais quis saber de ler Nietzsche. Inconscientemente, era um bom mecanismo para evitar a frustração. Quando ela finalmente veio, eu já era cínico o suficiente para não pensar em conseqüências e decepções. Percebi então que o super-homem do filme não tinha nada a ver com o do alemão. Ele era muito melhor.

outubro 10, 2004

Faz sentido

É por isso que eles são tarados por uma conspiração? Ou é o conspiracionismo que os leva a achar isso?

(Trabalho de mais, posts de menos. Mas na terça vem coisa nova. Promessa.)

outubro 06, 2004

Há pouco mais de um século

“Espécie de grande homem pelo avesso, Antônio Conselheiro reunia no misticismo doentio todos os erros e superstições que formam o coeficiente de redução da nossa nacionalidade. Arrastava o povo sertanejo não porque o dominasse, mas porque o dominavam as aberrações daquele. Favorecia-o o meio e ele realizava, às vezes, como vimos, o absurdo de ser útil. Obedecia à finalidade irresistível de velhos impulsos ancestrais; e jugulado por ela espelhava em todos os atos a placabilidade de um evangelhista incomparável.”
(Os Sertões, Euclides da Cunha)

outubro 05, 2004

Escreva este livro

Lendo esta matéria sobre os bicheiros, lembrei-me de um advogado criminal da velha guarda de quem fiquei amigo. Ele atuou em alguns dos casos mais notórios de crimes envolvendo essa gente e me convidou várias vezes para escrever com ele uma história pouco documentada: a do jogo do bicho no Rio de Janeiro.

Traições, intrigas, ciúmes, desencontros, discussões, acordos e, principalmente, paixões moveram — e movem — esse pessoal. Lances incríveis não perdem em nada para as emoções das histórias da máfia. Falta um Mario Puzzo para romanceá-los; eu não tenho tempo ou talento para a empreitada. Elegância é fazer a oferta aos amigos, mas aviso de saída que é material para um bom fôlego: muita pesquisa, muita entrevista e alguma coragem.

Em tempos de tráfico de drogas comandado por moleques de dezoito anos — os mais violentos (quanto menos se experimentou a vida, mais desumano se é) —, há algo a resgatar na nostalgia das contravenções aceitáveis. Tem romantismo essa história. Quem se candidata a contá-la?

outubro 04, 2004

É só um filme de estréia, mas como dói

Tem narrativa não-linear, obra-dentro-da-obra e tematiza o amor, a decisão e a própria arte. Mas é uma beleza o filme dinamarquês Reconstrução de um amor. Vejam e me esclareçam: é muita concessão de minha parte?

outubro 03, 2004

Ticket-Eternidade

Não assistir ao debate americano me permitiu entender que o Ocidente continua confrontando o Islã. Tenho miopia e costumo ver bem de perto, mal de longe. Pelo que li — principalmente, por quem li —, fico com a impressão de que a questão é ideológica: quem bate melhor, a esquerda ou a direita?

Por aqui, algo semelhante se passa, pelo menos no Rio de Janeiro. Um bispo tem de um quinto a um quarto das intenções de voto (a conferir) para a prefeitura. Já é, sem dúvida, a grande ameaça política brasileira, confirmando essa força universal a ser combatida — tendência irreversível. Ainda não há terrorismo strictu sensu e talvez não chegue a haver, porque dá muito trabalho e requer um pouco mais de ódio; mas que assusta, assusta.

O problema é que o inimigo está entre nós (ele está no meio de nós). Não se trata de cerrar os punhos ou de dar as mãos. Os bispos já tomaram emprestadas as artimanhas da esquerda e da direita. Insuflam pelo medo, acenam com o ticket-eternidade. Parece-me que é o caso de fazer um acordo. Enquanto é tempo.

Verborragia concisa; concisão verborrágica

Você já deu uma passeada pelos links aqui ao lado, na “Farsa Alheia”? Não deixe de fazê-lo. Há o que há para ser lido.

Aproveite para desfrutar o paradoxo da blogosfera literária: escreve-se muito, pouco. No Brasil, Millôr inaugurou a linguagem blog antes de existir a Internet. Num plano mais aberto, o Márcio Guilherme sugere Nietzsche. Acabei pensando em Heráclito.

Quer dizer: fiquemos sem conclusões.